quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Público e artista - na España é esquisito!


No Brasil a gente já tá tao acostumado a, quando acaba um espetáculo, seja ele de teatro, dança, música, ou qq outra coisa, ouvir uma balburdia de aplausos, assovios, bravos e bises (!). Mesmo quando nao se gosta muito, o costume (pelo menos de uns tempinhos pra cá isso tá bem mais frequente) é ficar em pé para aplaudir o artista.
Aqui algo tem de esquisito, ou de diferente, claro.
Hoje presenciei duas situaçoes bem diferentes, mas que no Brasil causariam a mesma reaçao do público.
Vejamos.
Pela manha, eu e Mano fomos ao Palácio Real ver a troca da guarda real (aqui é tudo real, menos o dinheiro...dâr!).
Isso nada mais é do que os guardinhas que estáo na porta do Palácio sairem e outros entrarem para ficar lá paradinhos sem fazer bulhufas...
Soldadinhos de chumbo de enfeite. Só que de carne e osso.
Ah, os cavalinhos tb sao trocados. Todos sao bem branquinhos e para um olho nada treinado sobre os bichinhos, parecem sempre os mesmos (um deles fez cocô durante a cerimonia, coitadinho, tava apertado...nao foi uma merdinha real, eu senti nas narinas!).
Enfim.
Isso tudo se torna uma grande solenidade com um mooooooooooooonte de turistas assistindo e tirando fotos, muuuuuuuuuuuuitas fotos.
Eu fui uma delas, claro.
A cerimonia durou uns 8 minutos, tinha uma flautinha e um bumbo que faziam uma musiquinha simpatica.
Ok, tudo acontece, eles trocam, andam como soldadinhos bem mecanicamente e sim, o negocio é bonito e eu quase chorei.
Minha vontade era aplaudir muito, assoviar, gritar liiiiiiiiiiiindos!!!
Mas, para minha surpresa (e creio que para todos os brasileiros que lá estavam, pq sempre tem brasileiros em toda parte...): nem uma palminha tímida sequer.
Nada...
(...)
Acho que tinhas mais de 500 pessoas e...silêncio.
(...)
Nao parece estranho?...
Cadê a efusao, a emoçao, o entusiasmo?
Brasileiro aplaude até o hino nacional, o que dizem ser falta de educaçao, mas eu acho mesmo uma falta de tesao nao aplaudir.
Sinceramente.
Bem, isso foi de manhâ.
Agora de noite fui, com a colombiana Valeria, a um concerto de piano.
Super lindo, mesmo!
O cara tinha umas maozinhas pequenas e tao rapidinhas (eu vi bem de perto pq tava na primeira fila) e tocava aquele piano com muita emoçao. Adorei.
Queria levantar da minha cadeira quentinha de veludo, gritar bravo e atacar rosas pra ele (exagero, claro!).
Mas é serio, se fosse no Brasil, o cara seria aplaudido por 5 minutos sem parar e o bis seria pedido até a mao ficar vermelha de tanto tocar uma na outra.
Mas aqui, nao sei se eles sao mais praticos, frios, insensíveis ou o que, o carinha foi parcamente aplaudido, com todo o público sentadinho confortavelmente, e o bis nem foi requerido, veio sem esforço.
O pianista saiu do palco e entrou bem em seguida,rapidinho, sentou e tocou de cara, sem ninguem precisar implorar uma musiquinha a mais, como faz o brasileiro.
Será que estamos acostumados a rastejar, pedir de joelhos as coisas?
Até a arte?
Ai, que pensamento estranho me ocorreu.
Preciso pensar mais um pouquinho pra entender...
Sei que hoje fiquei bem pensativa.
Vou averiguar melhor e volto a contar.

4 comentários:

  1. sério?? Aqui na França é igualzinho no Brasil! Palmas rapidinhas pra pedir bis, o proprio pedido de "mais um" (encore! encore!), até o uhu! tem! Eles aplaudem até o aviao quando pousa (os Ryanair, é verdade) e o gol na TV.

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  2. Já tinha visto esse "entusiasmo" num jogo de futebol...acho que eu não sou mesmo parecida com os 50% desse sangue que circula nas minhas veias..rs

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  3. Ô lindona... pois então... cada um cada um, né? E que bão que vc tá saindo de montão por aí. Palmas esfuziantes pra ti. Mô

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  4. ô! solenidade militar não se aplaude! kkk
    isso foi umas das coisas úteis que aprendi em anos de escola militar kkk
    mas que é lindo é, e que dá vontade de bater uma palma dá!
    mas essa do carinha do piano, bem que vc podia dar uma de estrangeira doida e meter a mão, ô melhor: meter a mão a bater palma.
    kk

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